"Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos." (Albert Einstein)

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domingo, 23 de agosto de 2009

A PRISÃO DE CADA UM by Martha Medeiros

O psiquiatra Paulo Rebelato, em entrevista para a revista gaúcha Red 32, disse que o máximo de liberdade que o ser humano pode aspirar é escolher a prisão na qual quer viver. Pode-se aceitar esta verdade com pessimismo ou otimismo, mas é impossível refutá-la. A liberdade é uma abstração.
Liberdade não é uma calça velha, azul e desbotada, e sim, nudez total, nenhum comportamento para vestir. No entanto, a sociedade não nos deixa sair à rua sem um crachá de identificação pendurado no pescoço. Diga-me qual é a sua tribo e eu lhe direi qual é a sua clausura.
São cativeiros bem mais agradáveis do que o Carandiru: podemos pegar sol, ler livros, receber amigos, comer bons pratos, ouvir música, ou seja, uma cadeia à moda Luis Estevão, só que temos que advogar em causa própria e hábeas corpus, nem pensar.
O casamento pode ser uma prisão. E a maternidade, a pena máxima. Um emprego que rende um gordo salário trancafia você, o impede de chutar o balde e arriscar novos vôos. O mesmo se pode dizer de um cargo de chefia. Tudo que lhe dá segurança ao mesmo tempo lhe escraviza. Viver sem laços igualmente pode nos reter.
Uma vida mundana, sem dependentes para sustentar, o céu como limite: prisão também. Você se condena a passar o resto da vida sem experimentar a delícia de uma vida amorosa estável, o conforto de um endereço certo e a imortalidade alcançada através de um filho. Se nem a estabilidade e a instabilidade nos tornam livres, aceitemos que poder escolher a própria prisão já é, em si, uma vitória. Nós é que decidimos quando seremos capturados e para onde seremos levados. É uma opção consciente.
Não nos obrigaram a nada, não nos trancafiaram num sanatório ou num presídio real, entre quatro paredes. Nosso crime é estar vivo e nossa sentença é branda, visto que outros, ao cometerem o mesmo crime que nós nascer foram trancafiados em lugares chamados analfabetismo, miséria e exclusão.
Brindemos: temos todos, cela especial.

6 comentários:

  1. ola professora td bem ?

    adorei o seu blog ..........



    ate mais


    olivia

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  2. OLA PROFESSORA TD BEM ?

    ESTOU PASSANDO DE NOVO PARA VER O SEU BLOG !!!!!!!!!!


    FIQUE COM DEUS

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  3. Oi, Elis!Adorei!!!
    Agora que tal simular um tête-à-tête virtual com poetas,romancistas,compositores? Você poderia entrevista-los sobre suas vidas e obras. Dedicaria,por exemplo, uma semana para cada um e postaria dia sim, dia não uma obra do escolhido. Ficaria legal, não acha?

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  4. Olívia, obrigada por vc visitar o meu blog. Espero que ele sirva pra vc em sua caminhada escolar. Vc pode tbm sugerir algum artigo interessante que gostaria de ver postado aqui. Seria uma grande contribuição sua. Bjo

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  5. Cibeli, que legal seu comentário e sua ideia. Depois gostaria de debater com vc sobre o assunto, assim poderíamos amadurecer mais a sugestão. Bjo grande.

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