A greve acabou, mas não desistimos da luta. Ela é diária.
"As pessoas dizem frenquentemente que a motivação não dura. Bem, nem o banho - e é por isso que ele é recomendado diariamente." Zig Ziglar
A luta do professor é diária. Dentro da sala, enfrentando nossos alunos ou em casa, quando sentamos em frente a inúmeras cadernetas, provas para corrigir, outras tantas para elaborar...Nem assim desistimos.
Édipo, um visitante do meu blog, deixou postado aqui um comentário que me deixou, não triste, mas indignada: Eu acho que o salário de professor é x, e todos nós sabemos qual é o valor de x. Se alguém quiser ganhar mais do que x, então que esse alguém vá estudar para conseguir uma profissão que lhe renda um salário maior.
Querido, e eu não sabia quando resolvi entrar nessa profissão? E por acaso isso não foi uma escolha? Foi sim. E sei também que não estou presa a ela. Tampouco preciso desistir de lutar pela minha escolha. Nem posso. Como educadora, um dos meus maiores legados é poder deixar cravado em meus alunos o meu espírito de luta. E nunca o de resignação.
O Édipo ainda ressaltou em suas colocações infundadas que a nossa greve era eleitoreira. Para quem? Para mim? Para os meus que lutaram em comunhão comigo todos os dias, participando ativamente das reuniões no sindicato de Montes Claros, panfletando pelas ruas, apresentando os nossos verdadeiros salários para os cidadãos para que soubessem o verdadeiro salário da classe? Não tivemos vergonha de mostrar os nossos contracheques para desmentir que o professor, como muitos acham, porque deveria, ganha um salário digno.
Se foi eleitoreira, esconderam muito bem de mim e de quem me acompanhava nessa luta desgastante e tão comprometedora. Porque, eu sei, para nós não foi. E se afetamos tais políticos é porque mereciam. E merecem. Temos direito de voto. Escolha. Se escolhemos errado. Temos o direito também de corrigir o erro.
Espero, caro Édipo e quem também pensa como ele, que não deixe de visitar o meu blog. Pelo contrário, poste sempre seus comentários favoráveis ou não, para que eu possa crescer com eles ou fortificar minhas convicções.
Elisângela Santiago
Elisângela Santiago