"Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos." (Albert Einstein)

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Resposta a Édipo

A greve acabou, mas não desistimos da luta. Ela é diária. 

"As pessoas dizem frenquentemente que a motivação não dura. Bem, nem o banho - e é por isso que ele é recomendado diariamente." Zig Ziglar

A luta do professor é diária. Dentro da sala, enfrentando nossos alunos ou em casa, quando sentamos em frente a inúmeras cadernetas, provas para corrigir, outras tantas para elaborar...Nem assim desistimos.

Édipo, um visitante do meu blog, deixou postado aqui um comentário que me deixou, não triste, mas indignada:  Eu acho que o salário de professor é x, e todos nós sabemos qual é o valor de x. Se alguém quiser ganhar mais do que x, então que esse alguém vá estudar para conseguir uma profissão que lhe renda um salário maior.

Querido, e eu não sabia quando resolvi entrar nessa profissão? E por acaso isso não foi uma escolha? Foi sim. E sei também que não estou presa a ela. Tampouco preciso desistir de lutar pela minha escolha. Nem posso. Como educadora, um dos meus maiores legados é poder deixar cravado em meus alunos o meu espírito de luta. E nunca o de resignação.

O Édipo ainda ressaltou em suas colocações infundadas que a nossa greve era eleitoreira. Para quem? Para mim? Para os meus que lutaram em comunhão comigo todos os dias, participando ativamente das reuniões no sindicato de Montes Claros, panfletando pelas ruas, apresentando os nossos verdadeiros salários para os cidadãos para que soubessem o verdadeiro salário da classe? Não tivemos vergonha de mostrar os nossos contracheques para desmentir que o professor, como muitos acham, porque deveria, ganha um salário digno.

Se foi eleitoreira, esconderam muito bem de mim e de quem me acompanhava nessa luta desgastante e tão comprometedora. Porque, eu sei, para nós não foi. E se afetamos tais políticos é porque mereciam. E merecem. Temos direito de voto. Escolha. Se escolhemos errado. Temos o direito também de corrigir o erro.

Espero, caro Édipo e quem também pensa como ele, que não deixe de visitar o meu blog. Pelo contrário, poste sempre seus comentários favoráveis ou não, para que eu possa crescer com eles ou fortificar minhas convicções.

Elisângela Santiago


Um comentário:

  1. "Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas."

    Friedrich Nietzsche

    Ninguém nega o valor da educação e que o reconhecimento de um bom professor é imprescindível. Já fui aluno de escola pública, e tive vários professores. Muitos com graves problemas quanto à maneira de lecionar, que criavam uma "barreira" muito apertada entre docente e discente. Esta barreira era regida por motivos tais como: posição social do aluno, maneira deste intervir nas aulas, relacionamento entre aluno e professor, etc. Estes motivos dificultaram para muitos a progressão de uma eventual vida com uma melhor escolaridade.

    Não quero denegrir todos os professores, mas quero apontar que tive alguns professores que mereciam grandes puxões de orelhas. E acredito que existem LUTAS verdadeiramente autênticas e pertinentes a se pugnar pela EDUCAÇÃO como: o problema da política pedagógica; o problema estrutural; os problemas de gestão; qualidade e despreparo dos professores; isonomia para a aprendizagem proporcional das classes baixa, média e alta da sociedade visando fortalecer a justiça social; e tantos outros temas que somados a má política salarial e de valorização dos professores têm grandes reflexos na educação.

    Todos os professores devem, porém executar uma rigorosa auto-avaliação quanto aos seus atos perante os alunos e também suas maneiras de lecionar. E desprezar as balelas quanto às greves, pois é algo que nos segue há anos e com a mesma “desculpa” de "reivindicar melhores salários". Quem SABE não teme. E o governo não consegue temer a CRUEL GREVE dos professores. Sim é cruel: desumana contra alunos carentes que são extremamente prejudicados. Gostaria de saber qual foi o professor que veio juntar-se às manifestações dos estudantes quanto ao meio-passe e outras causas de maior relevância. Nenhum. Pior: eles fazem questão de marcar faltas.

    Quanto à manifestação dos professores, acho que existe uma exploração asquerosa – de motivos politiqueiros – por parte da mídia e dos sindicalistas professores, despreocupada com a posição do aluno ou totalmente alienada pelo vislumbrado: FUTURO MELHOR. Todos têm direito de lutar por melhores condições de trabalho, saúde, educação e etc. E A LUTA POR MELHORES SALÁRIOS DOS PROFESSORES É LEGITIMA. Entretanto, não concordo e nunca concordarei com a atitude desnaturada desta classe de se manifestar em GREVE: “Recusa, resultante de acordo, a trabalhar ou a comparecer onde o dever os chama até que sejam atendidos em certas reivindicações.” (In: Dicionário Aurélio).

    Greve não resolve! Acredito numa forma democrática e humana de manifestação sem grandes riscos e prejuízos para se assumir. Além disso, os professores são os maiores formadores da sociedade e de seus valores, e em contrassenso ainda não conseguiram equiparar sua importância para o desenvolvimento de nossa nação.
    MAS POR QUÊ?

    Parafraseando Maquiavel, os homens quando não são forçados a lutar por necessidade, lutam por ambição, ou por qualquer outra coisa, pelo simples desejo de travar combate.

    Visite: www.reidetebas.blogspot.com

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