A MULHER DEVE DEIXAR DE LADO OS IDEAIS ROMÂNTICOS DO AMOR
No Dia Internacional
da Mulher, é necessário refletir sobre seu papel na sociedade contemporânea,
pois a história mostra, através dos séculos, as vitórias e a força femininas,
ao se imporem na evolução das estruturas sociais.
Como todos sabemos, a mulher veio de um papel de submissão e
obediência, desempenhado através dos séculos, para uma liberdade conquistada
passo a passo, não só na escala social, como também na evolução da vida,
desbravando territórios, trabalhando em mercados cada vez mais prósperos,
desempenhando papéis cada vez mais importantes nas circunstâncias comunitárias,
científicas, nas artes, nos empreendimentos e na família.
Contudo, há um aspecto que não se emancipou nessa trajetória
feminina, um aspecto muito importante da vida, no qual a mulher não só não se
emancipou, como parece que não se emancipará nunca: trata-se das situações que
envolvem o amor romântico. Nessa perspectiva, a mulher parece sempre,
independente da idade que tem, uma adolescente encantada e pronta para ser a
heroína de um romance sem igual, maravilhoso, de novela de televisão!
Nessa captação míope do mundo, a mulher não percebe o quanto o
homem, principal e indispensável parceiro desse sonho fantástico, não está nem
interessado e nem preparado para viver um grande e intenso amor, que tudo
sacrifica, que tudo perdoa e que é a coisa mais importante do universo.
Para a grande maioria dos homens, essa ideia fantástica de amor
absoluto, à toda prova, esse papel de príncipe encantado, gentil e maravilhoso,
que não se afasta da amada, que só pensa nela e só anseia por estar nos braços
dela, pode parecer ridícula e por isso se mostra insustentável.
Os homens em geral detestam exageros e exposições radicais de
sentimentos, assim como não suportam a sensação de estarem privados de sua
liberdade. Nada pior do que uma companheira que pergunta demais, exige
explicações detalhadas e faz com que ele viva o perene pesadelo de "você
tem uma outra mulher na sua vida", enquanto ele só quer viver sem pressões
e se sente sacrificado, afogado pela responsabilidade de responder com efusão
ao amor da companheira.
Apesar de todas as conquistas, ainda falta à mulher sair da
adolescência do amor, e conquistar uma postura adulta e menos frágil na relação
a dois. Pois a mulher só poderá ser feliz se crescer, se deixar o infantilismo
da grande história de amor em que ela é a heroína, e exterminar mitos e
criancices, avaliar de forma correta seus sentimentos. É o que falta às
mulheres para realmente fazerem jus ao título de emancipadas.
(Fonte: Texto de Marina Gold, retirado do http://vidaeestilo.terra.com.br)