"Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos." (Albert Einstein)

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terça-feira, 29 de setembro de 2009

LINGUAGENS: LIVROS - A INTERNET VAI FAZÊ-LOS DESAPARECER?



Ao analisar a história do desenvolvimento da escrita e do conhecimento na humanudade, pode-se dizer que o livro é o suporte natural da literatura. Hoje em dia, pode-se ler um texto em nosso site preferido, assistir a um filme no DVD. Mas embora existam meios mais rápidos para transmissão de textos e obras literárias, o livro é considerado, por muitos, insubstituível. Vamos analisar os argumentos dessa tese. Há os que apontam o importante  papel "sentimental" que o objeto ganhou com o passar do tempo. Seu aspecto "material" (diferente da "virtualidade da Internet") permite que seja tocado, acariciado; é possível sentir seu calor e dentro dele pode-se guardar uma lágrima, com sugeriu o grande escritor português José Saramago.

O bibliófilo [colecionador de livros] José Mindlin formou uma das bibliotecas mais bonitas, extensas e interessantes do Brasil. Ele começou a colecionar livros aos 13 anos. Ele fala sobre sua paixão pelos livros na obra "Uma Vida entre Livros: Reencontros com o Tempo" (São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo/Companhia das Letras, 1997):

O amor ao livro e o hábito da leitura vêm de longe e constituem um dos interesses centrais de minha vida. Esses interesses poderiam ter sido atendidos sem que tivessem resultado numa biblioteca de proporções talvez excessivas, se eu me tivesse sempre limitado aos livros que conseguisse ler, comprando um livro de cada vez, e só comprando o seguinte depois de ter lido o anterior. Mas não foi o que aconteceu, e não creio que tenha acontecido a ninguém que eu conheça, e que realmente goste de livros.
O livro exerce uma atração multiforme, que vai muito além da leitura, embora esta seja um ponto de partida fundamental. Em primeiro lugar, existe sempre a ilusão de que se vai conseguir ler mais do que na realidade se consegue. Depois vem o desejo de ter à mão o maior número possível de obras de um autor de quem se gosta – já é o começo de uma coleção. Conseguido o conjunto, que sempre se quer o mais completo possível, surge o interesse pelas primeiras edições, geralmente raras, e a atração pelo livro como objeto, e também como objeto de arte, em que entra a qualidade do projeto gráfico, a ilustração, a diagramação, o papel, a tipografia, a encadernação; e aí já surge a busca da raridade.

O papel e o formato

O livro também é portátil. Você o leva aonde quiser. Guarda, empresta, esconde, dá de presente. O livro pode ser manuseado. Só depende de você preservá-lo ou deixá-lo deteriorar-se. O livro se deteriora porque é feito de matéria orgânica, que é o papel.

Será que o livro - esse objeto tão complexo, um dia vai desaparecer? Será que a tecnologia vai criar um substituto para ler e mudar nossos hábitos de leitura? O autor do texto abaixo acha que sim:


A atividade humana aumenta, numa progressão pasmosa. Já os homens de hoje são forçados a pensar e a executar, em um minuto, o que os seus avós pensavam e executavam em uma hora. A vida moderna é feita de relâmpagos no cérebro, e de rufos de febre no sangue. O livro está morrendo, justamente porque já pouca gente pode consagrar um dia todo, ou ainda uma hora toda, à leitura de cem páginas impressas sobre o mesmo assunto.


O autor deste texto é o grande poeta parnasiano Olavo Bilac. Estava preocupado com o fato de que o aparecimento do jornal e a possibilidade de inventarem o cinema pudesse fazer o livro desaparecer. Ele escreveu este texto em 1904 (publicado na "Revista Kosmos"). Faz mais de cem anos! Apesar de ter-se passado tanto tempo, parece que, por enquanto, o livro está bem vivo.
*Heidi Strecker é filósofa e educadora. (Fonte: Uol, Educação)

MINHAOPINIÃO: Após a leitura do texto acima, fica a resposta ainda na ponta da língua, ou ainda por sair do pensamento. Não saberemos. Será que o livro perderá espaço para o mundo virtual? Espero que não. Tenho prazer em portar um livro debaixo do braço, em minhas mãos, debaixo do travesseiro... Adoro os livros, os cheiros que emanam deles, suas marcas de manuseio, nossas impressões digitais... Digital somente os dedos em cada página.  Leitura e letras são partes de minha história. Sem eles minha vida seria incompleta, uma história sem final feliz...

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