"Tenha em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos." (Albert Einstein)

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domingo, 6 de junho de 2010

Não sou Petista, by Marcelo Tas


“Por não ser petista,  sempre fui considerado "de direita" ou "tucano" pelos meus amigos do falecido Partido dos  Trabalhadores. Vejam, nunca fui  "contra" o PT antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo  partido e até cheguei a votar nos "cumpanheiro".  

Desde o início, sempre  tive diferenças intransponíveis com o Partido dos Trabalhadores.  Vou citar duas. Primeira: nunca engoli o  comportamento homossexual dos petistas. Explico:  assim como os viados, os petistas olham para  quem não é petista com desdém e falam: deixa pra  lá, um dia você assume e vira um dos nossos. Segunda: o nome do  partido. Por que "dos Trabalhadores"? Nunca  entendi.

Qual a intenção? Quem é ou não é "trabalhador"? Se o PT defende os interesses  "dos Trabalhadores", os demais partidos defendem  o interesse de quem? Dos vagabundos? E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam. Pelo menos, quando eu os conheci,  na década de 80, ninguém trabalhava. Como não  eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser "dirigentes do partido".

Isso mesmo, basta  conferir o currículum vitae deles. Repare no choro do Zé  Genoníno quando foi ejetado da presidência do partido. Depois de confessar seus pecadinhos,  fez beicinho para a câmera e disse que no dia  seguinte ia ter que descobrir quem era ele. Ia ter "que sobreviver" sem o partido. Isso é:  procurar emprego. São palavras dele, não  minhas.

Lula é outro que se  perdeu por não pegar no batente por mais de 20, talvez 30 anos... Digam-me, qual foi a última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho de dirigente de partido. Pra rotina  mole de atirar pedra em vidraça.

Meus amigos petistas  espumavam quando eu apontava esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula. O herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!! 
Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo, analisem a enrascada em que nosso presidente se meteu e me respondam. Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem  malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar equipes e administrar os rumos  de um pequeno negócio, como uma padaria ou de um  mísero botequim?


Para mim, os vastos anos  de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E  não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos  Valério. A preguiça histórica é o que justifica  o surto psicótico em que vive nosso presidente e  seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris...misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França... outro que tá mais  enrolado que espaguete.

Eu não torço pelo pior.  Apesar de tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo, de  verdade. Mas pelamordedeus, não  me venham com essa história de que todo mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega,  todo mundo tem caixa 2... Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer a maioria da população (eu  sempre estive fora desse transe) de que vocês  eram diferentes. Não me venham agora querer  recomeçar o filme do início jogando todos na  lama.

Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala. Nunca fui amigo dessa gente. Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise. 
Juntem todos os "dirigentes", "conselheiros", "tesoureiros",  "intelectuais" e demais cargos de palpiteiros da  realidade numa grande plenária. Juntos, todos, tomem um banho gelado, olhem-se no espelho,  comprem o jornal, peguem os classificados e vão  procurar um emprego para sentir a realidade brasileira. Vai lhes fazer muito  bem. E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente, vocês possam finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores.



Texto  de Marcelo Tas em seu blog. Marcelo é  jornalista, autor e diretor de TV. Entre suas  obras destacam-se; participação na criação das  séries da TV Cultura e o "Programa Legal", na TV  Globo. Atualmente é âncora do CQC, editado pela TV Band.



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