“Por não ser petista, sempre fui considerado
"de direita" ou "tucano" pelos meus amigos do falecido
Partido dos Trabalhadores. Vejam, nunca fui "contra" o PT
antes dessa fase arrogante mercadântica-genoínica, tinha respeito pelo
partido e até cheguei a votar nos "cumpanheiro".
Desde
o início, sempre tive diferenças intransponíveis com o Partido dos
Trabalhadores. Vou citar duas. Primeira: nunca engoli o
comportamento homossexual dos petistas. Explico: assim como os
viados, os petistas olham para quem não é petista com desdém e falam:
deixa pra lá, um dia você assume e vira um dos nossos. Segunda: o nome do
partido. Por que "dos Trabalhadores"? Nunca entendi.
Qual a intenção? Quem é ou não é "trabalhador"? Se o PT defende os interesses "dos Trabalhadores", os demais partidos defendem o interesse de quem? Dos vagabundos? E o pior, em sua maioria, os dirigentes e fundadores do PT nunca trabalharam. Pelo menos, quando eu os conheci, na década de 80, ninguém trabalhava. Como não eram eleitos para nada, o trabalho dos caras era ser "dirigentes do partido".
Isso mesmo, basta conferir o currículum vitae deles.
Repare no choro do Zé Genoníno quando foi ejetado da presidência do partido.
Depois de confessar seus pecadinhos, fez beicinho para a câmera e disse que no dia seguinte ia
ter que descobrir quem era ele. Ia ter "que sobreviver" sem o
partido. Isso é: procurar emprego. São palavras dele, não minhas.
Lula é outro que se perdeu por não pegar no batente
por mais de 20, talvez 30 anos... Digam-me, qual foi a
última vez, antes de virar presidente, que Luis Ignácio teve
rotina de trabalhador? Só quando metalúrgico em São Bernardo. Num
breve mandato de deputado, ele fugiu da raia. E voltou pro salarinho
de dirigente de partido. Pra rotina mole de atirar pedra
em vidraça.
Meus amigos petistas espumavam quando eu apontava
esse pequeno detalhe no curriculum vitae do Lula. O
herói-mor do Partido dos Trabalhadores não trabalhava!!!
Peço muita calma nessa hora. Sem nenhum revanchismo,
analisem a enrascada em que nosso presidente se
meteu e me respondam. Isso não é sintoma de quem estava há muito tempo sem
malhar, acordar cedo e ir para o trabalho. Ou mesmo sem formar
equipes e administrar os rumos de um pequeno negócio, como uma padaria ou
de um mísero botequim?
Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério. A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris...misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França... outro que tá mais enrolado que espaguete.
Para mim, os vastos anos de férias na oposição, movidos a cachaça e conversa mole são a causa da presente crise. E não o cuecão cheio de dólares ou o Marcos Valério. A preguiça histórica é o que justifica o surto psicótico em que vive nosso presidente e seu partido. É o que justifica essa ilusão em Paris...misturando champanhe com churrasco ao lado do presidente da França... outro que tá mais enrolado que espaguete.
Eu não torço pelo pior. Apesar de
tudo, respeito e até apoio o esforço do Lula para passar isso tudo a limpo. Mesmo,
de verdade. Mas pelamordedeus, não me venham com essa história de que todo
mundo é bandido, todo mundo rouba, todo mundo sonega, todo mundo tem
caixa 2... Vocês, do PT, foram escolhidos justamente porque um dia conseguiram convencer
a maioria da população (eu sempre estive fora desse transe) de que vocês
eram diferentes. Não me venham agora querer recomeçar o filme do
início jogando todos na lama.
Eu trabalho desde os 15 anos. Nunca carreguei dinheiro em mala. Nunca fui amigo dessa
gente. Pra terminar uma sugestão para tirar o PT da crise.
Juntem todos os "dirigentes",
"conselheiros", "tesoureiros",
"intelectuais" e demais cargos de palpiteiros da
realidade numa grande plenária. Juntos, todos, tomem um banho gelado,
olhem-se no espelho, comprem o jornal, peguem os classificados e vão
procurar um emprego para sentir a realidade brasileira. Vai lhes fazer
muito bem. E quem sabe depois de alguns anos pegando no batente,
vocês possam finalmente, fundar de verdade um partido de trabalhadores.
Texto de Marcelo Tas em seu blog. Marcelo é
jornalista, autor e diretor de TV. Entre suas obras destacam-se;
participação na criação das séries da TV Cultura e o "Programa
Legal", na TV Globo. Atualmente é âncora do CQC, editado pela TV
Band.
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