Curso para 500 mulheres.
Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do
Ceará, a demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e
precisa ser constantemente formada e preparada.
Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o Governo para
coordenar um curso de formação de costureiras. O governo exigiu que o
curso deveria atender a um grupo de 500 mulheres que recebem o Bolsa
Família. De novo: só para aquelas que recebem o Bolsa Família.
O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o Governo entrou com o recurso; o SENAI com a formação das costureiras, através de um curso de 120 horas/aula; e o Sinditêxtil, com o compromisso de enviar o cadastro das formadas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras.
Pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor. Pois bem. O curso foi concluído recentemente e, com isso, os cadastros das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram em fazer as contratações. E foi nessa hora que a porca torceu o rabo, gente. Anotem aí: o número de contratações foi ZERO. Entenderam bem? ZERO!
Enquanto ouvia o relato, até imaginei que o número poderia ser
baixo, mas o fato é que não houve uma contratação sequer. ZERO. Sem nenhum
exagero. O motivo? Simples, embora triste e muito lamentável, como afirma com
dó, o diretor do Sinditêxtil: todas as costureiras, por estarem incluídas
no Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada.
Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa
Família é um benefício que não pode ser perdido. É para sempre. Nenhuma
admite perder o subsídio. SEM NEGÓCIO.
Repito: de forma uníssona, a condição imposta pelas 500 formadas é
de que não se negocia a perda do Bolsa Família. Para trabalhar como
costureira, só recebendo por fora, na informalidade. Como as empresas se
negaram, nenhuma costureira foi aproveitada. Casos idênticos do mesmo horror
estão se multiplicando em vários setores.
QUEM ESTÁ CRIANDO ELEITORES DE CABRESTO, COMPRADOS ATÉEM SUA DIGNIDADE , RECUSANDO-SE
A TRABALHAR PELO SEU SUSTENTO?
QUEM ESTÁ CRIANDO ELEITORES DE CABRESTO, COMPRADOS ATÉ
E QUEM PAGA O PATO, TODO MÊS 27,5 % ?
MAS É O NOSSO BRASIL... O PAÍS DOS ABSURDOS...
(Este texto eu recebi por e-mail, não posso comprovar sua veracidade. Entretanto, é bem possível que seja verdade. No Brasil, tudo é possível.)
Acredito que de fato as candidatas a costureiras tenham recusado o trabalho formal (carteira assinada), e o que motivou tenha sido o medo de perder a única renda que de fato lhes são garantida mensalmente, o Programa Bolsa Família.
ResponderExcluirMas o que o autor do texto: Curso para 500 mulheres - É inacreditável, Bizarro, Absurdo parece não ter captado ou se captou preferiu outro viés de analise é o desconhecimento dessas famílias de seus reais direitos, enquanto cidadãos necessitados do amparo de um Estado que se diz democrático e de direitos.
Percebe-se, claramente, nas famílias beneficiarias, a exemplo destas costureiras, o precário ou quase nenhum grau de instrução na educação formal. Parece passível de afirmação, que mesmo no momento em que essas mulheres estiveram em condições de educação formalizada, o curso de costura, o Estado brasileiro negligenciou, mais uma vez, no trato com a educação e com a informação ao nosso povo, ainda carente de benefícios ou de uso fruto do tão propagado direito à cidadania.
Parece não ter ficado bem entendido para as famílias, que a exclusão de algum beneficiário desse programa social não seria por ter um trabalho formal, com um salário que costumeiramente se paga nesse país.
Quanto seria o salário a ser pago por essa empresa às costureiras? Parece-me inacreditável, é alguém pensar que elas receberiam dois salários! Ou seriam três, quatro salários mínimos? Duvido!
Se analisarmos, e não precisa ser em minúcias, os critérios desse programa para inclusão de famílias, veremos que a renda per capita exigida é de até 140 reais mensais. Ora, vamos ser menos hipócritas! Qual família nesse país, tendo crianças e ou adolescentes, que vive em condições mínimas, e que sendo ou não beneficiária de um programa social como esse, ultrapassaria uma renda per capita dessas, só porque aceitou um emprego formal, e passou a receber mais um salário mínimo?
Minha família não é beneficiaria desse programa, acredito, nem a maioria das famílias desse nosso Brasil. E nem por isso, nossas vidas seriam tão abastadas com mais um salário mínimo que recebêssemos, a ponto de recusarmos o uso fruto de benefícios sociais.
Ora, quantos são os membros dessas famílias de costureiras? Quantos trabalham e o quanto recebem?
Penso que o programa Bolsa Família é ruim, bem como os diversos outros programas sociais desenvolvidos no Brasil, mas não pela existência deles. Mas por ser parco o comprometimento do Estado.
Absurdamente proposital é a negligencia em diversos outros aspectos sociais, tão importantes quanto se alimentar; como a informação correta e transparente, como a segurança, a saúde, a educação, o trabalho e salário digno, o transporte, o acesso a justiça, ao lazer, etc.
Sendo assim, o problema bizarro aqui, não é a recusa do trabalho formal para garantia do gozo ao beneficio, mas sim, a nossa histórica exclusão social formalizada ou não que se perpetua em todas as suas máscaras e seus vernizes.
Errata:
ResponderExcluiruso fruto : exemplo- quando eu pego a fruta de minha preferência, ao em vez de comer, liquidifico a delicia e uso o fruto para passar no cabelo ( hidratação in natura. kkkkkkkk...).
usufruto: exemplo- é quando alguém usufrui de benefícios sociais, enquanto cidadão detentor de direitos, mesmo sob a ameaça de um liquidificador.( isso não tem graça nenhuma!!!!)